sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Salão de Jantar I


Nos princípios do século XVIII não havia uma divisão com esta designação nas habitações nacionais. Regra geral, em cada casa existia um tampo, montado sobre cavaletes: esta estrutura, que se montava rapidamente, depois de finda a sua função era novamente guardada, sem ocupar muito espaço.
Só na 2ª metade de setecentos é que o Salão de Jantar, enquanto uma divisão especifíca, com uma identidade própria, se autonomiza entre nós.
Na sua decoração óptamos por usar os papéis fornecidos pela Planeta Agostini: fizémos as molduras em madeira e dourámos. Embora não seja um tipo de decoração parietal muito comum entre nós, foi usado em alguns espaços nobres portugueses.

Na decoração dos painéis usámos os elementos mais comuns da decoração desta época: as gravuras. Eram mais acessíveis que as pinturas e desde a sua invenção e divulgação em Portugal que tiveram um lugar privilegiado no interior dos lares nacionais.
Que temas? Em relação ao nosso palacete, embora a sua edificação tenha começado no início do século XVIII, ao que se seguiu a colocação de alguns elementos (como os azulejos de figura avulsa da cozinha e os painéis do Salão de Entrada), ele pertence, no campo das Artes Decorativas, à segunda metade do séc. XVIII, mais em concreto ao período de charneira entre o reinado de D. José e os primeiros anos do reinado de D. Maria (com peças herdadas de períodos anteriores, como o Contador e os Pratos de Aranhões da cozinha).
Assim, achámos por bem destacar em grande plano uma reprodução de uma gravura que é um projecto de reconstrução da Baixa Lisboeta, em particular da Praça do Comércio, pós terremoto de 1755.

Está ladeada de duas gravuras religiosas, da devoção dos donos da casa, como era comum nos interiores. Todas as molduras foram feitas por mim, em balsa. Nos painéis mais pequenos coloquei os apliques, embora os tenha transformado em luminárias (a luz do espelho reflectia a luz das velas e duplicava a luz).


A Planeta Agostini ainda não entregou a balaústrada.
No entanto, quero ressaltar que este é o grau zero da Sala de Jantar, pois tenho ainda muitos planos para a mesma, que já comecei a pôr em prática, no intuito de aportuguesar a divisão e de a mobiliar. Uma dessas alterações foi o arrancar do papel autocolante do chão e colocar taco de madeira e encerar...

sábado, 25 de outubro de 2008

Salão de Entrada II


Mostro mais uma imagem do Salão de Entrada, longe de estar ainda concluído.
Tal como vinha no projecto do Palácio da Agostini, também coloquei o par espelho/consola ao fundo, num arranjo simétrico com a escada.
Esta teve de ser pintada (duas demãos) e mesmo depois de algumas adaptações, continua torta. Teve de ser aparafusada à parede de trás para ficar bem segura. Embelezei os degraus com uma imitação de tapete em papel de veludo autocolante.
Em relação ao par espelho/consola, nesta época abundavam nos lares nacionais, quer nobres, quer burgueses, o que é curioso, dada a sua pouca ou nenhuma utilidade. A divulgação deste móvel (quando unido o espelho à consola chama-se tremó) relacionou-se também com a nossa abertura às tendências internacionais no campo do mobiliário, iniciada no reinado de D. João V, prolongando-se pelo reinado de D. José e ocorrendo novamente durante o reinado de D. Maria I.
Neste caso, este par pertence, em termos estilísticos, ao reinado de D. José, pois embora também existam no reinado de D. Maria I, já não são dourados, mas em madeira e de linhas direitas.
Em resumo: neste Salão de Entrada, que se constitui como uma entrada de aparato (embora completamente esmagado pela área ocupada pelas escadas e com erros de proporções) coexistem duas grandes tendências do nosso panorama artístico:
- por um lado, a vocação nacional, bem expressa nos painéis de azulejos e também no contador.
- por outro, a internacionalização, marcada aqui pelo francesismo do par espelho/consola.
A Planeta Agostini, embora tenha entregue as duas cimalhas laterais, não entregou a de topo...
Mas, por outro lado, se a área disponível para se subir os degraus é miníma sem a cimalha, que acontecerá se ela for entregue?
Resolvi também alterar os candeeiros, pois o tecto é muito baixo e o lustre sobrepor-se-ia aos degraus. Não coloquei as colunas, pois o seu uso entre nós teve um impacto insignificante nos interiores dos palacetes e neste caso anulava a leitura do espelho/consola.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Salão de Entrada I

Aqui está o Contador, com a cadeira renovada, como convém a um Salão de Entrada: as pessoas não íntimas aos habitantes deste palacete eram recebidas nesta área, e era aqui que aguardavam saber se iam ou não ser recebidas. Caso a resposta fosse positiva, o mais provável eram serem atendidos no Escritório/Biblioteca, pois todas as outras divisões estavam relacionadas com um maior grau de intimidade.
Assim, enquanto esperavam (as criadas tinham de aguardar autorização e depois anunciar a visita) nada melhor que esperar sentado.

Como se percebe peloa imagem, para a decoração do Salão de Entrada decidi revestir as paredes novamente a azulejo. Andei a investigar qual o tipo de revestimento mais comum nos palácios nesta época e uma boa percentagem apostou nos azulejos.

Os revestimentos a azulejos constituíram uma alternativa nacional face às decorações europeias, em particular aos ambientes franceses, onde abundavam as talhas, os estuques, as molduras, os frisos, numa filigranagem decorativa que teve o seu eco em Portugal, por exemplo, no Palácio de Queluz, que reflecte muito desse gosto.

O azulejo era uma alternativa inovadora, duradoura, higiénica e resistente que, através de painéis representando temas diversos (mitológicos, cenas campestres, cenas religiosas, alegorias, etc) conseguia interessantes efeitos de trompe l'oeil. Os painéis dinamizavam os espaços, "abrindo janelas" de grande efeito cenográfico. E para os enquadramentos e molduras a azulejaria propôs composições que recorriam a elementos de arquitectura como pilastras, cartelas, sanefas, mísulas, etc. em harmonia com aquilo que acontecia também na talha dourada.


Dete modo, retirei a minha inspiração de inúmeros palácios portugueses que, em meados de setecentos e num fenómeno de norte a sul do país (e com igual impacto no interior de igrejas e espaços conventuais) adaptaram e divulgaram esta forma de expressão artística.

A pintura, exclusivamente a azul cobalto, estava intimamente relacionada com o gosto nacional que, desde o início do século XVI, havia adoptado o azul das porcelanas da China ou, como se dizia na época "louça da Companhia das Índias" e também por influência da azulejaria holandesa, realizada a óxido de manganês (mas muito menos expressiva).

Usei como base de projecto os painéis de azulejos que decoram o Salão de Entrada do antigo Palácio dos Mello (hoje Hospital dos Capuchos, Lisboa) que constam de uma série de painéis da primeira metade do século XVIII, com cenas campestres e de caça.

Tive de realizar algumas adaptações, não só ao nível da escala 1/12, mas em particular nas cercaduras e nas molduras (anulei os vasos que coroavam os remates e uma fiada inferior).

Para quem deseje visitar palácios com azulejos nas paredes das entradas, para o norte temos o Palácio da Brejoeira, em Monção, o dos Biscainhos, na cidade dos Arcebispos, o palácio dos Condes da Anadia e para a zona da capital, o palácio do Correio-Mor, em Loures.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mobília Nova IV

Depois de testar a mobília do Salão de Entrada verifiquei que para tão grande área, os móveis entregues eram poucos. E uma vez que um dos princípios subjacentes a este projecto se centra no "portuguesismo" das nossas Artes Decorativas, decidi fazer (porque não encontrei à venda), um móvel que se tivesse a ver com a nossa identidade artística e em simultâneo, com os nossos palacetes.
A minha escolha recaiu no Contador (realizado em balsa, à excepção das pernas, adquiridas no Hospital das Bonecas) que pintei e encerei de modo a imitar, o mais fielmente possível, o pau preto, pau santo e/ou carvalho, madeiras em que usualmente eram feitos. Para as ferragens usei alfinetes de cabeça e uns autocolantes dourados.

O Contador era um móvel bastante versátil, com as suas origens no séc. XVI (sem pernas, era de pousar em cima das mesas e é somente no século XVII que ganha autonomia) e fruto da miscigenação artística resultante do contacto entre os artificies portugueses com o Oriente e com o tipo de mobílias que decorava os interiores da nobreza oriental.
Era usado para guardar dinheiro, jóias, ouro, cartas entre outros valores importantes. Era um móvel versátil e encontramo-lo nas mais diversas áreas das habitações portuguesas (desde as alcovas, aos escritórios, bibliotecas, salas, etc.). É das criações nacionais mais originais.

Este contador foi realizado a partir de modelos do séc. XVII (do Museu Nacional de Arte Antiga e de colecções particulares), pois a sua produção entrou em declínio a partir do séc. XVIII e porque os exemplares conhecidos de setecentos são extremamente difíceis de concretizar (pelo menos com os meus conhecimentos rudimentares).
O corpo superior, pelas inúmeras gavetas, especializava a guarda de vários valores. Já as pernas torneadas vão ganhando em complexidade à medida que o Barroco se desenvolve, até que em pleno séc. XVIII as pernas desembocam num trabalho extraordinário de torcidos e torneados.
É diferente dos cabinets franceses, geralmente com duas portas e decorados com embutidos, lacas e chinoiseries.
As suas ferragens também evoluem para modelos complexos, que exigiam grande experiência e que, embora continue a tentar, são dificeis de imitar nesta escala.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Planeta De Agostini

Amigos

Esta mensagem é para quem, como eu, está à espera de uma resposta à reclamação que uma boa porção de clientes fez à Planeta Agostini em relação ao "Palácio de Bonecas" para avançar na realização do palacete.

Telefonei agora para o nº geral e ainda ninguém sabe de nada: nem o que vai ser ainda entregue, nem quando, nem como. Lembro que o último número foi entregue em Julho e que três meses chegam para, pelo menos com os respeito que os consumidores exigem, dar uma satisfação a quem, durante mais de dois anos e meio adquiriu os 100 fascículos.

Aceito sugestões para descobrir como vou (vamos) substituir a balaústrada da Sala de Jantar.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sala de Música I

Um dos outros erros deste "palácio" é a escala desta Sala de Música: é exígua e a música não se devia ouvir muito bem porque a acústica para instrumentos como o cravo requer um espaço maior e mais alto. Ainda falta o aro da porta.


Encontrei um motivo da época, colei e protegi com verniz. Recortei ainda mais alguns motivos e fiz o chão em madeira.
Em relação ao mobiliário, pretendo ainda reformular as cadeiras (estofá-las de outra cor, é tudo muito branco) mas por agora ficam assim.
Um armário para guardar as pautas também seria um elemento necessário, mas o que coloquei não me parece da época, mas posterior (séc. XIX) e ao gosto inglês.

Nada melhor então que decorar a parede de fundo com uma "pintura", neste caso recorrendo à técnica da decoupage.
O tema escolhido teria de andar em torno das tendências da época: uma cena galante, com um cenário campestre, à semelhança do tipo de cenas de pintores como Watteau, Boucher, etc, onde abundavam figuras delicadas e vaporosas, em agradáveis fundos de paisagens pitorescas.
A estas composições não é estranho a presença de uma ou outra figura da comédia dell'arte, ou puttis.
Em síntese, graça, elegância e fantasia.

Como decorar a Sala de Música? Qual ou quais os aspectos que se pretendem destacar?
Em contexto nacional, os palácios e palacetes que tinham Sala de Música atestavam um convivio social e cultural de nível significativo. E o tipo de instrumentos também tinha a sua importância: neste caso, os grandes protagonistas eram o cravo e a harpa.
As pinturas nas paredes e nos tectos imprimiam uma dinâmica muito própria ao espaço decorado. Vale a pena visitar as pinturas que decoram a escadaria nobre do Paço Episcopal do Porto, ou as do Palácio de Mafra.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Mobília Nova III




Um dos móveis mais característicos dos ambientes nacionais desde a Idade Média é a arca ou baú. Servia para tudo: guardar roupa "de cama", roupa de vestir e também para guardar loiça. Depois da tampa fechada, servia também de móvel de assento.

As arcas reflectem muito da evolução artística: no Renascimento são decoradas "ao romano", no período filipino são caracterizadas pelo geometrismo das suas formas lavradas, executadas em madeiras nobres (teca, pau santo, vinhático, etc.) com ferragens. Os baús eram geralmente em pinho e forrados com couro lavrado, também com as suas ferragens.

No séc. XVIII são quase banidas dos interiores europeus por causa do aparecimento da cómoda, que especializa a arrumação das roupas, embora ainda tenhamos notícia da sua presença no panorama nacional através dos testamentos e inventários: eram mais baratas que as cómodas, no caso de estratos sociais mais baixos ou a sua presença devia-se a herança familiar.
Neste caso, resolvi fazer uma arca, para colocar no quarto, aos pés da cama. Imita um tipo de arca de fabrico nacional dos finais do séc. XVII, mais humilde que as grandes arcas lavradas com motivos geométricos. Foi encerada e em relação aos "pés" já elaborei alguns e não gostei de nada! Por agora fica assim.

Mobília Nova II








Creio que uma boa porção dos miniaturistas portugueses adquiriram o nº 1 da Colecção "Casa de Bonecas" do Correio da Manhã. Constava de um louceiro e de um serviço de sala de jantar.

Eu não fugi à regra e também comprei, mas fiquei sem saber o que fazer com o louceiro: na sala de jantar ocupa demasiado espaço e anula uma saída das escadas. Na sala de chá também a enche demasiado e no hall colocam-se dois problemas: o louceiro é muito grande e comprometeria a simetria do hall e não faz muito sentido colocar um móvel cujo destino é guardar loiça de uso numa divisão como o hall.

Que fazer com ele? Enquanto não vem uma resposta da Agostini à reclamação (vão entregar o resto das estantes da biblioteca?), vai para a biblioteca. A divisão "biblioteca" ou "escritório" (como aparece designada nos inventários) era polivalente no que concerne ao tipo de mobília: desde as estantes para guardar os livros, aos armários de roupa (os actuais roupeiros) e por vezes até toucadores com os respectivos espelhos!! Ou seja, nos finais do século XVIII não existia ainda uma especialização para esta divisão: o uso do espaço disponível adaptava-se às necessidades dos habitantes da casa.

Fiz uns livros "antigos" (com a ajuda de www.printmini.com/printables/p1.shtml) e decorei o resto dos nichos com um conjunto de potes em porcelana adquiridos na Suécia. Mas aceito as vossas sugestões!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Transformação de Móveis II




A cama enviada pela Planeta Agostini está com vários defeitos: mal estofada (a seda dourada está mal esticada), os pinos de encaixe são muito frágeis e a colcha é de susto. Todos os coleccionadores se aperceberam do mesmo problema e fizeram nova colcha.

Na arca da bisavó encontrei uns restos de tecidos antigos, do século XIX e com veludo verde decidi transformar a cama entregue numa cama mais ao gosto dos finais de setecentos...

A escolha do veludo verde prende-se com o gosto nacional para a cor escura e séria (como relatam os inventários e testamentos no que concerne aos móveis estofados) e porque o contraste entre o dourado e o verde escuro fica bem.
Em meados do século XVIII, o dourado era sinónimo de luxo e bom gosto e produziu um tipo de mobiliário que encontrou adeptos na corte de D. João V.
Mais tarde, já durante o reinado de D. José, as camas portuguesas continuam a ser caracterizadas pelos recortes, pelos concheados entalhados e pés curvos, mas em madeiras nobres como o pau santo ou o pau preto.
Esta cama resulta da síntese entre o tipo de camas típicas do reinado D. José, com os seus concheados, as suas curvas e a inspiração francesa por causa do dourado, típica do gosto rocaille.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cozinha III


Esqueci-me de dizer que adquiri os acessórios de cobre na Loja net da eurominis, que tem coisas fantásticas e muito em conta. Quem me "apresentou" esta loja virtual foi a Biby, a quem deixo uma palavra de agradecimento.


Para quem não conhece, vale a pena dar uma vista de olhos, até porque os preços são muito simpáticos: www.eurominis.es/
A loiça que se vê no louceiro é do nº 1 da Colecção Casa de Bonecas do Correio da Manhã.

sábado, 4 de outubro de 2008

A cozinha II


Não me esqueci do cântaro da água, pois só no séc. XIX a água canalizada chegará ao interior das cozinhas. Também fiz o saco de batatas.

Fiz também uma resma de cebolas, um queijo, um chourição, uma farinheira e um chouriço "de sangue", tudo em pasta de moldar e pintados.

Também realizei os escaparates (em balsa) onde estão pendurados os cobres.

A Planeta Agostini não entregou a chaminé.

Mais uma vez imperou o critério do rigor: como eram as chaminés desta época? Decidi fazer uma em balsa, que pintei de branco e adossei os característicos barrotes de suporte.

E onde se cozinhava? Trempe de ferro e fogueira no chão? Forno embutido?

Acabei por adquirir um fogão (em madeira lacada a imitar ferro) retirei-lhe uma gaveta e fiz lenha.

Quero no entanto chamar a atenção para o seguinte: nos finais do séc. XVIII deviam contar-se pelos dedos as habitações que possuíam fogões deste género...

No que concerne à decoração, como era uma divisão cujo usofruto era dos serviçais (criadas, cozinheira, governanta), esta era feita com faiança nacional, a imitar porcelana chinesa, os "pratos de aranhões" (feito em pasta de moldar, pintados e envernizados).

E muitos cobres, claro!

Para o chão decidi imitar a tijoleira usada nos pisos dos conventos e dos palácios: pintei cartolina duplex, imitei as diviões das lajes, fiz as respectivas sombras e para acabar, verniz mate.

A cozinha


Foi a primeira divisão a atrair a minha atenção: demasiado pequena para o resto da habitação!
E como eram as cozinhas dos finais do séc. XVIII?
As cozinhas do Convento de Odivelas, a do Palácio das Necessidades, a do Palácio do Correio-Mor (Loures), a do Palácio Pimenta (Museu da Cidade de Lisboa) têm as suas paredes revestidas a azulejo de figura avulsa.
Estes são caracterizados por uma grande variedade de figuras representadas a azul cobalto, com asteriscos nos cantos, de fabrico nacional e característicos da 1ª metade do séc. XVIII. Os azulejos eram o revestimento perfeito para esta cozinha!

Depois de digitalizados, foram impressos em cartolina e, depois de colar, levaram três camadas de verniz mate, para dar o aspecto de vidrado cerâmico.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Mobilia nova




Também realizei alguns móveis, como um armário de cozinha, em balsa, de aspecto modesto. Isto porque na época não se investia muito nas instalações exclusivas dos serviçais...

Ficou muito mais bonito depois de decorado com o serviço de loiça entregue no "Correio da manhã"...

Transformação de móveis



Transformei algumas peças entregues...

Estofei uma cadeira e transformei uma mesa bufete pintada numa mesa D. José em pau santo (acrescentei-lhe um tampo em balsa...)...

O início

No início...

Iniciei o meu percurso pelas miniaturas aquando o lançamento dos primeiros números do "Palácio das Bonecas" da Agostini.
Para além de tudo o que já foi referido sobre a colecção em outros blogues, houve um aspecto que me surpreendeu: a heterogeneidade das peças entregues e a ausência de critérios de orientação. O intuito era seduzir, para vender...

Já no final da colecção percebi que a famigerada colecção não iria corresponder de todo ao anunciado e resolvi então fazer à minha maneira...

E a minha maneira foi a de questionar até que ponto aquilo correspondia a um "palácio" da segunda metade do séc. XVIII. E descobri que, para o panorama nacional, as coisas se passaram de modo bem diferente. E o desafio seguinte foi o de procurar saber como eram as habitações nacionais "apalaçadas" daquela época. Como historiadora de arte, o rigor histórico persegue-me e não me consigo desligar de alguns principios de investigação.

Não estava pensar em Mafra, Queluz, ou até mais tardiamente, na Ajuda. Algo mais modesto, as divisões são em pequeno número (oito). Ou seja, uma casa apalaçada burguesa (ou de uma nobreza decadente...), decorada e mobilada à portuguesa...

Em termos bibliográficos, entre todas as obras que tenho vindo a consultar a mais significativa para todo este projecto é "Lisboa 1740 - 1830. Cidade: Espaço e Quotidiano" da autoria de Nuno Luís Madureira, que desde já recomendo a leitura.