terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Salão de Chá I

O Salão de Chá do palacete foi, infelizmente, a divisão por onde comecei (corria o maior risco em relação a precipitações), em paralelo com a cozinha. Mas enquanto que na cozinha utilizei um critério de qualidade irredutível, aqui contentei-me (com grande perda de qualidade para o palacete) com o papel autocolante no chão...E claro, estou deveras arrependida, mas agora para o tirar, teria de arrancar todo o rodapé e o papel de parede e a lareira...
Usei uma das folhas de papel de parede entregue pela Planeta Agostini e o resto da divisão foi pintada de amarelo suave, cor de trigo quase. Construí uma "parede de tijolos" em cartão e escurecidos a carvão para colocar de fundo à lareira.

Nesta imagem podem ver-se os dois reposteiros, com as respectivas galerias. Os do Salão de Chá são em azul acinzentado e do mesmo tipo de tecido. E nota-se bem a diferença entre o soalho de madeira e o autocolante desastroso, má hora!

Para decorar esta pequena divisão, que critérios? Não era incomum neste tipo de habitações apalaçadas, homens e mulheres terem instalações diferenciadas: os homens apreciavam os Escritórios e ou Bibliotecas, as Salas de Fumo, entre outras. Para as senhoras, uma divisão destas era o ideal para receber visitas, dar chás, enfim, tarefas inerentes à vida social. Em França, uma divisão destas, quando funcionava em apoio aos quartos da senhora, chamava-se boudoir.
Assim, os critérios adoptados foram os de realizar uma divisão acolhedora no intuito de proporcionar às visitas o maior conforto, a privacidade necessária às conversas no feminino e um sítio onde se pudesse tomar um chá entre biscoitos, risinhos e leques. Com porcelanas da China a acompanhar e pó de arroz a retocar!

Por cima da lareira, três gravuras (as molduras são em estanho, pintadas de dourado, adquiridas em papelarias). São reproduções à escala dos originais da época. A gravura do meio representa o rei D. João V e é uma gravura a buril de Étienne Desrochers, datada da primeira metade do séc. XVIII.
Do lado esquerdo, o rei D. José, pela mão do gravador Gaspar Fróis Machado e do lado oposto, uma gravura a água forte e buril que retrata a rainha D. Maria I, ambas datadas da segunda metade do século XVIII.

Prémio "Esfuerzo Personal" 2 atribuições

Desta vez, este Prémio foi-me atribuído pela Rute e passo a citar: "pelos magníficos trabalhos e pelo empenho na construção do seu palácio à maneira portuguesa"
Um grande obrigado para ti Rute: creio que temos algo em comum, pois também sou novinha nestas andanças dos blogues e das miniaturas! E também é a minha primeira casa de bonecas!! E também a estou a fazer com a minha filhota! Esta atribuição dá-me (nos) uma grande responsabilidade no mundo dos miniaturas, por isso, mais uma vez um grande obrigado e um beijinho, com votos de excelente trabalho!!

Este Prémio foi-me atribuído pela Ana Anselmo, do blog Miniatures Forever cujo critério de atribuição foi "porque nos tem ensinado tanta coisa sobre o mobiliário português e não só."

Quero deixar aqui expressa, mais uma vez e porque nunca é demais repeti-lo, o quão estimulantes têm sido as críticas de todos os que acompanham este Blog, mas as da Ana Anselmo têm-me ajudado muito a crescer enquanto miniaturista.
Tenho aprendido muito com o teu Blog, que faz um trabalho imprescindível no que concerne à divulgação de materiais, de ideias, de projectos, enfim, de tudo o que possa contribuir para melhorar e inovar o trabalho dos miniaturistas, mas não só.
A vocação didáctica do teu Blog é muito significativa no contexto dos Blogs dedicados ao miniaturismo.
A atribuição deste Prémio estimula-me, mas também constitui uma grande responsabilização em relação ao projecto que tenho vindo a desenvolver. Obrigado pela confiança e pelo apoio.