Só na 2ª metade de setecentos é que o Salão de Jantar, enquanto uma divisão especifíca, com uma identidade própria, se autonomiza entre nós.
Na sua decoração óptamos por usar os papéis fornecidos pela Planeta Agostini: fizémos as molduras em madeira e dourámos. Embora não seja um tipo de decoração parietal muito comum entre nós, foi usado em alguns espaços nobres portugueses.
Na decoração dos painéis usámos os elementos mais comuns da decoração desta época: as gravuras. Eram mais acessíveis que as pinturas e desde a sua invenção e divulgação em Portugal que tiveram um lugar privilegiado no interior dos lares nacionais.
Que temas? Em relação ao nosso palacete, embora a sua edificação tenha começado no início do século XVIII, ao que se seguiu a colocação de alguns elementos (como os azulejos de figura avulsa da cozinha e os painéis do Salão de Entrada), ele pertence, no campo das Artes Decorativas, à segunda metade do séc. XVIII, mais em concreto ao período de charneira entre o reinado de D. José e os primeiros anos do reinado de D. Maria (com peças herdadas de períodos anteriores, como o Contador e os Pratos de Aranhões da cozinha).
Assim, achámos por bem destacar em grande plano uma reprodução de uma gravura que é um projecto de reconstrução da Baixa Lisboeta, em particular da Praça do Comércio, pós terremoto de 1755.
Está ladeada de duas gravuras religiosas, da devoção dos donos da casa, como era comum nos interiores. Todas as molduras foram feitas por mim, em balsa. Nos painéis mais pequenos coloquei os apliques, embora os tenha transformado em luminárias (a luz do espelho reflectia a luz das velas e duplicava a luz).
A Planeta Agostini ainda não entregou a balaústrada.
No entanto, quero ressaltar que este é o grau zero da Sala de Jantar, pois tenho ainda muitos planos para a mesma, que já comecei a pôr em prática, no intuito de aportuguesar a divisão e de a mobiliar. Uma dessas alterações foi o arrancar do papel autocolante do chão e colocar taco de madeira e encerar...